„Poema – Lágrimas de quem nunca chorouOh Noitemusa dos meus devaneioso sonho inquietante de uma criança solitáriaQue o seu manto friosirva como um cobertor aos vermesque se alimentam do meu cadáver;A minha almavagou até o meu passadosentou-se ao meu lado na minha velha infânciaE proclamou palavrasque não deveriam ser ditasa nenhuma criança- Por que nasceste?Oh praga imunda!Me matei aos dez anos de idadee até hoje eu posso ouviros meus gritos de desesperoEu sempre fui uma criança malditaolhavam-me como um monstroque desejavam matarIsolavam-me dos outroscomo uma praga que corróias entranhas dos santosE fazem das freirasninfas perversasAh tanta dor em mimdores que eu nem mesmo sei explicarE estas doresque me fazem sentir e chorarsão parte de quem souforças que me ajudam a lutarRasguei os meus punhosna frente de todos os deusese os afoguei em meu próprio sangueAgora os seus filhosrecitam os meus poemassobre o túmulo dos seus paisSintam em meus versosa minha dor!Deixem que o diaboque vive em seu peitodestrua o que restou das suas vidaTransformando-os nos sonhosde um futuro que nunca aconteceuNas harmonias poéticasdestas metáforashá verdades tão cruéisQue fariam de Pilatos um santoe de Cristo o próprio DiaboSe os meus poemas são gritos de ajudae as suas leituras pedidos de socorroEntão deixem-me morrer em seu nomederramem sobre o meu cadávertodas as suas doresDancem com as bruxassobre o luar da meia noite!Sintam o pecado fluir em seu sanguecomo os vermes que se alimentaramdos despojos podres de CristoDeixem que a minha loucurainfecte a sua almae mate o seu espiritoViajei entre galáxias vivascheias de vidamas somente na morte das estrelaseu encontrei a mim mesmoEu não sou um homem!tampouco um PoetaEu sou a miséria que vive em seu peitoe o suicídio de todas as suas convicções!“

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„Poema - Isaías 14:12Se o suicídio de um homemos assustajamais olhe em seus olhos!Neles existem doresque jamais conseguiriam compreender;Já não me importam as estrelasou os devaneios longínquossinto-me como se estivesse mortoApático como a navalhaque transformou os meus pulsosem rios de sangue e misériaNão restou-me nadado homem que eu fuipara o verme que eu sou hojeLogo euque sempre lutei por liberdadetornei-me o escravo do meu próprio abismoA criança malditaque só trouxemiséria aos seus paisO homem malditoque traz em seus olhosa luz da estrela da manhãrefletida em suas lágrimas.Em mim vivemmonstros terríveisadormecidos como criaturas do infernoTodas as noites os acordopara dançarmos com o Diabo;Não deveria eulançar-me em meioas chamas do infernoCom uma corda em meu pescoçogritando como um louco- Crucifiquem-mepois sou Judas!trai a mim mesmo!Não consigo pedir ajudaaos homenspois sou dono de uma timidez cruelNão posso pedir ajudaaos Deusespois vendi minha alma ao diaboSozinho em meu próprio abismosolitário em meu próprio infernoum Deus que perdeu sua própria féO amor não pode salvar um homemque sobre o seu próprio túmulorogou bênçãos e sacrilégios;- Não estão escutando estaslindas canções?- Como podem chorarao escutar estas belas sinfonias?Não chorempelos meus pulsos dilaceradosOu pelo homem enforcadonaquele quarto escuro- Não veem que agoraestou sorrindo?Um arcanjo de asas negrassepultou a minha almasob a luz da estrela da manhã…“
„Poema - Eclesiastes 12:7Quando eu morrerlancem as minhas cinzas nos rincões do universopara que os átomos que habitaram o meu corpovoltem para as estrelasA verdadeira liberdadeé morrer e transformar-se em nada!Não quero o perdão dos deusestampouco os pecados do infernoQuero transformar a mim mesmono mártir do nadae na representação de tudo que existeA realização de que vou virar póparadoxalmente me tranquilizaEu desejo deixar este mundosem verdades ou convicçõesquero ser enterrado como um homem sem nomepara que os vermes que corroerem meus despojos podresse engasguem com a minha misériaO que eu fui em vidade nada importa aos tolos que me enterraremNão deixarei lembrançaslágrimas ou paixõesJoguem os meus bens materiais aos porcose queimem os meus livros em suas igrejasO suicídio para mim não é o suficiente!Se as suas dores podem ser curadascom uma corda em seu pescoçoou laminas em seus punhossorria como um toloe dancem com os deusespois a sorte está ao seu ladoA origem do meu sofrimentoestá intrínseca na essência da minha almae para me livrar deste tormentodevo sofrê-lo intensamenteaté que os últimos vermes se alimentem das minhas entranhasNo momento do meu nascimentoamaldiçoei a minha própria mãee os deuses esconderam-se em cavernasComo se a misériapossuísse o semblante do diabogargalhadas foram ouvidas no infernoA morte para mimnão é apenas um alivioou um destino inevitávelÉ uma forma de pedir ao mundoperdão por ter nascidoQuando eu morrernão derramem as suas lágrimasfestejem junto aos sátiroscom orgias e palavrõestransformem o meu túmuloem um lugar profano sobre a terrapara que nunca mais pronunciem o meu nome“
„Poema - O Mártir dos desajustadosVocê já sentiucomo se houvesse um buraco em seu peitoacompanhado de uma dor que te sufocae cega os seus olhosimpedindo-o de ver a felicidadeUma tristeza tão profundacapaz de partir a sua alma ao meioe corroer os despojos podres da carneComo se cada átomo do seu corposofresse tão profundamentetodas as dores do mundoE ainda que as suas conquistas pessoais se realizasseme os deuses o perdoassem pelo seus pecadoso martírio que corrói as entranhas do seu sero impedem de sorrirao menos uma vez…Não se preocupemestas dores que sentemesse vazio em seu peito que não consegues explicarÉ a doença rogada pelos deusessobre a carcaça podre dos homens malditosAbracem a sua dorsintam-na nas suas entranhasdeixem as suas feridas sangrareme afogarem o mundo em sua misériaNão há nada de erradoem flertar com a morte em momentos de dorNão há nada de erradoem sentir-se excluído em um mundodo qual não pertencesNão existe nada de errado em ser diferente,essa voz gritando na sua cabeça,essa raiva pulsando em seu coração,e aquela maldita vontade de mudar o mundoé exatamente isso que te torna único!Em um mundo de ovelhas,orgulhe-se de ser um bode!Nós não somos monstrosporque sentimos na solidão o abrigo para a nossa loucuraCaminhei solitário por ruas lotadas,de pessoas vazias e mentes fechadase a alegria de não pertencer ao paraíso dos homenssufocavam-me em uma doentia felicidadeAfastem de mim o perdão dos deusese a mentira dos homensEu sou o Deus dos fracosdos desajustadose excluídosO mártir de todas as dorese corações partidosHá em mim a loucura de mil diabose a santidade de todos os deusesTudo o que eu ameiamei recluso em um ninho de ratosaonde nada era sagradoe nada era perfeitomas ainda assim,amei a mim mesmoe todos os meus defeitosFlertamos com a mortepara matar as nossas doresNos suicidamos todos os diaspara que o diaque sucede o de amanhãtorne-se possível de se viverQue a maldição do meu nascimentoe a miséria do meu serse alastre por cada canto deste mundoColoquem-me sobre o altar de suas catedraise chamem-me de cristopois eu sou a luz do mundoe a escuridão que o consome!“
„A minha alma afoga-se em lágrimas,estou hoje mortocomo se nunca tivesse nascidoNas noites solitáriasem que a angustia transforma-se em desesperoenforco-me nos meus sonhos de infânciaque um dia me fizeram sorrirTudo o que eu vivivivi em agonia;Sou o monstro que rasgou as entranhas da minha mãee a matou no partosou a miséria que se alastra pelo mundoE ao mesmo tempo não sou nadaalém de um verme qualquerE como eu poderia ser alguma coisa?se falhei em tudo!Vivo a vida com intensidadedespertando paixõesnos rincões do universoMentindo no espelhoque eu não irei me matare por que eu me mataria?Se as dores que vivem em meu peitosão as únicas coisas que me mantém vivoComo eu ousaria cometer este crime terrível?e tirar a minha própria vidaquando cometo a petulância de olhar na cara de Deus e dizer- Não amaldiçoas-te me com a vida?Agora amaldiçoou a ti com a FilosofiaEu sou o homem que nasceu para odiar a vida,e em letras transformo meu ódio em Poesiaminha tristeza em Filosofia eminha paixão em MelancoliaSe algum dia eu tirar a minha própria vida,irei certificar-me de ter feito dela o meu parque de diversõeso meu reino de Deuso meu Céue o meu InfernoSe algum dia eu tirar minha própria vida,sobre o meu tumulo irão de escrever- Aqui jaz o homem que fez a vida curvar-se perante os seus pésNão me entregarei as dores do mundo,ou a está maldição que a mim foi concebidacontra minha maldita vontadeNão direi a vidaem sua cara covarde‘’ Oh vida não suporto as suas dores’’Irei gritar em seu rosto frio!- OH VIDA, TU NÃO ME SUPORTAS!!“
„Poema - Tessalonicenses 4:16-18Queimem as igrejasrasguem todas as suas bíbliasCristo voltou!e somente os pecadores irãobanhar-se em seu sangue sagradoPadres e Pastoresserão queimadosnas fogueiras da razãoPois o filho de Deusquer vingançasobre as mentiras proclamadasem seu nome;Deitem-se com as Ninfasprofanem-se em imagens religiosasamem os Demônios!Estas dores que afligem o seu peito?esse vazio que não sabes explicar?Enforquem-se em luxuriavendam suas almas ao diaboE deixem que os pecados bíblicossalvem a sua vidaAfastem de mim a sua Filosofia!joguem fora estas Poesias de Amor!Estes são os tempos dos loucose pecadoresSe quiseres a salvaçãodeverás amar a vidae odiá-la a cada segundoPois dada a ordemcom a voz dos arcanjose o ressoar da trombeta de DeusO próprio Senhor descerá dos céuscom a espada que prometestee a ira que guardas em seu peitopois este não veio trazer a Paz!- O que faremos nós com essa angustiaque rasgam o meu peito?- E essa solidão que me mataaos poucos?Gritam as almas tristes emplena agoniade uma vida que não escolheram viver- Matem-se eu vos digo!Morram a cada segundoque as suas dores o fizerem sofrerEnforquem-se na frentede todos aquelesque disseram que as suas doreseram uma mera frescura ou falta de atençãoRasguem suas gargantas com punhais sagradosE matem! Sim matem!Afogado em seu próprio sanguetodos aqueles que disseram que o seu sofrimentoera falta do amor dos deusesPois estes não amamnem mesmo a sepultura!Estão perdidos em tantas metáforas?estas alegorias foram escritas em solo sagrado!E somente os assassinos de Deusaqueles que banharam-se no pecado da humanidadesão capazes de compreende-laVomitem toda a angustiaque há em seu peitoÉ necessário a crucificaçãopara compreender os monstros que vivempresos em sua menteNós os pecadoresnós somos os deuses!Pois nos crucificamtodos os diase zombam das nossas doresSim eu os compreendo!posso ouvir os seus gritos!Não envergonhem-se em sentirdeixem que o sofrimento das suas almas vaziase os pecados da carneOs salvem do suicídio!“