„Poema – O Equinócio part 2 Não sou um homem de virtudesTampouco acredito que desta vida Levarei alguma honraria Morrerei tal como tenho vivido Um Diabo a dançar nas labaredas Do meu próprio inferno Estou hoje convencido de todas as minhas incertezas Lúcido como um homem que perdeu a razãoNunca obtive sucesso na vida Destas falhas que colecionei por este longo caminhoTransformei o meu ninho de desprezo e decepçõesEm um paraíso de Tolos e SuicidasSe a criança que eu fui um dia Soubesse o monstro que eu me torneiArrancaria suas próprias tripas com as mãosE se enforcaria até que não sobrasse um único suspiro;E há tantos caminhos que eu poderia ter percorrido Mas quais destes caminhos me levariam ao céu?Se a alma que um dia eu tive A vendi só pelo prazer de vê-la queimar!Aonde se perdeu aquela inocente criança?Que dizia com lágrimas em seus olhos‘”Subirei aos céus e erguerei o meu tronoacima do cadáver de Deuseu me assentarei no monte da assembleia no ponto mais elevado e matarei todos os arcanjos Subirei mais alto que as mais altas nuvens serei como o Altíssimo espirito santo”Mas fui condenado as profundezas de SheolE fui levado ao mais profundo abismo!Eu que sempre sonhei em ser o filho da alvorada!Sou hoje a escuridão no coração dos loucos e dos suicidas (…)‘’ Na ala psiquiátrica a insanidade e a razãoTiveram um filho e o chamaram de DeusHoje devo chama-lo de paiPorque estas são as chamas da minha loucura’’O mundo é feito para as almas que desejam viverNão para os suicidas que mutilam seu próprio corpoCom a esperança de que algum dia fecharão os seus olhosE a morte beijará os seus lábios Tenho sonhado todas as noites com uma nova vidaUm novo rumo, até mesmo um novo nomeFilosofei com sofistas e poetas gregos Sobre a origem e o renascimento do universoDialoguei com cristo sobre o seu sacrifício E invejei seu amor pelos homens Nesta longa jornada descobri que sou só uma criançaCom medo do escuro e sonhos que nunca vão se realizarSerei sempre esta alma vazia Sentada no lado escuro da LuaAdmirando a luz das estrelasQue há muito tempo já se apagou…- Gerson De Rodrigues“

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„Poema - Isaías 14:12Se o suicídio de um homemos assustajamais olhe em seus olhos!Neles existem doresque jamais conseguiriam compreender;Já não me importam as estrelasou os devaneios longínquossinto-me como se estivesse mortoApático como a navalhaque transformou os meus pulsosem rios de sangue e misériaNão restou-me nadado homem que eu fuipara o verme que eu sou hojeLogo euque sempre lutei por liberdadetornei-me o escravo do meu próprio abismoA criança malditaque só trouxemiséria aos seus paisO homem malditoque traz em seus olhosa luz da estrela da manhãrefletida em suas lágrimas.Em mim vivemmonstros terríveisadormecidos como criaturas do infernoTodas as noites os acordopara dançarmos com o Diabo;Não deveria eulançar-me em meioas chamas do infernoCom uma corda em meu pescoçogritando como um louco- Crucifiquem-mepois sou Judas!trai a mim mesmo!Não consigo pedir ajudaaos homenspois sou dono de uma timidez cruelNão posso pedir ajudaaos Deusespois vendi minha alma ao diaboSozinho em meu próprio abismosolitário em meu próprio infernoum Deus que perdeu sua própria féO amor não pode salvar um homemque sobre o seu próprio túmulorogou bênçãos e sacrilégios;- Não estão escutando estaslindas canções?- Como podem chorarao escutar estas belas sinfonias?Não chorempelos meus pulsos dilaceradosOu pelo homem enforcadonaquele quarto escuro- Não veem que agoraestou sorrindo?Um arcanjo de asas negrassepultou a minha almasob a luz da estrela da manhã…“
„Poema – Paganini part 2‘’ Os suicidas inventaram a músicaPois não conseguiam sobreviver todos os diasCom os martírios de suas almas’’ Certa vez um musico Cujo os olhos foram arrancados pelos DeusesEm uma falha tentativa de suicídio Compôs um PoemaQue futuramente se transformaria em uma cançãoNela ele vomitou todas as suas angustias Até mesmo aquelas das quaisNem mesmo ousaria contar para sua própria sombraA única criatura capaz de ler Aqueles versos compostos por um homem cego e sem almaEram o próprio Asmodeus e as criaturas da velha Goétia Diziam as lendas Que até hojeDiabos lamentadores choravam ao lerem os seus versos…‘’ Sentado nas estreitas vielas De sentimentos profundos Que dilaceram a minha alma Enjaulado na mais ríspida solidão Abandonado pelas próprias crenças e convicções Me tornei órfão de Mãe, Pai, Filho e Espirito SantoNesta ríspida solidão Sou um monstroUm Padre a devorar criancinhas Um Thelemita cuja as leis de Therion foram quebradas Nesta acostumada porém virtuosa solidãoGuardo segredos que se revelados Trariam ao mundo mais miséria que toda a fome e a pragaJamais ousariam trazer aos pobres Não suporto os espelhos da vidaPois ao me olhar nos olhos Revelo a mim mesmo, o monstro que tento esconderEscondo-me em mentiras Escondo-me em crenças e ideologias Ao mundo revelo um personagemPois o monstro que o controla Através destas cordas de mentiraQue compõe este paraíso de loucos e lunáticosÉ tão somente uma pobre e vil criatura Cuja a pele esgrouvinhada e os dedos podresRevelam uma terrível e nojenta peste De um homem, que aos olhos de Deus e da SociedadeDeveria estar morto.Os suicidas e os Diabos Talvez sejam os únicos capazes De me olhar com brilho nos olhosNão porque compreendem as minhas doresE sim porque no ápice de sua amarguraSuas almas chorariam de felicidade e euforiaAo descobrirem que existe neste mundoAlgo tão podre, tão sórdido e imundoQuanto as suas almas negras e corrompidas Se não fosse a músicaE estes olhos cegosO monstro que corrói a minha alma todas as noitesTransbordaria em um rio de sangue…E lágrimas! - Gerson De Rodrigues“