„Poema – Caos e Surto Eu nunca fui amado Tal como eram os outros Nunca vi olhos brilharem ao me verem sorrirOu lábios tremerem ao citarem o meu nomeNunca tive um abraço em momentos de desesperoTampouco acreditei que algum dia o teriaVivi uma vida de miséria e angustiasAlimentando o Diabo que vive em meu peitoCom dores e lamentações que não desejaríamos ao DeusesDo amor vivi somente os PecadosE as Orgias Os gemidos e arranhões Bucetas espalhando o seu gozo Nos céus da minha bocaPanEra o meu segundo nome;Na solidão criei vínculos com a minha própria sombraMe envolvi em paixões Que nenhum Poeta jamais viveu E em nenhuma destas paixões Compreendi o verdadeiro significado da palavra amorComo se Afrodite pudesse amar todos os homensE os cupidos todas as mulheres Mas nenhuma alma fosse capaz de amá-los Intenso como um ArcanjoCuja as asas foram arrancadas com as unhasDe um anjo que o impediu de amar Do amor Conheci somente as suas feridas E os seus lábios doces em beijos poéticosQue rimavam com a sinfonia dos seus gemidos Seus pés delicados na minha bocaOs arranhões pelas suas coxas grossas Que fundiam-se com o vermelho dos seus quadrisNa submissão das nossas orgiasMe apaixonei por Afrodite Mas com Lilith passei as minhas noitesAmei Como nenhum outro Poeta jamais amouAmei até que a minha sanidade fosse Suprimida pela minha vontadeAmei até que o meu coração Queimasse com as chamas de um ódioQue eu mesmo alimentei Amei…Até o último Adeus As últimas lágrimasAmei sozinho!Recluso em um ninho de ratosNa reclusão das minhas ilusões Sou como a maçã podre em campos líricos Abandonado entre os vermes e as cinzas Caos e surtoComo uma alegoria para a morteQue se estende até os rincões do universoE morre nos versos de um Poema Sou a maldição das estrelas Ofuscada pela escuridão dos meus olhos…“