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Relacionado com: historiador
„Numa sociedade em que há classes dominantes e há classes dominadas, aqueles que escrevem a História pertencem em geral às classes dominantes e escrevem a história com critérios da sua classe. Há sem dúvida historiadores que, situando-se social e ideológicamente no âmbito das classes dominantes, procedem a uma investigação séria. Mas é muito raro fugirem a critérios de classe na investigação e na apreciação e valorização relativa que fazem dos problemas e dos acontecimentos.“
„A história é um conhecimento que se situa entre a ciência propriamente dita e a poesia. O saber histórico não é quantitativo, nem o historiador pode descobrir leis históricas. O historiador descreve como o cientista e tem visões como o poeta. (…) A história nos dá uma compreensão do passado e, por vezes, do presente. Mais do que um saber, é uma sabedoria.“
„O talento do historiador consiste em compor um conjunto verdadeiro com elementos que são verdadeiros apenas pela metade.“
„Os nossos inimigos contribuem mais do que se pensa para o nosso aperfeiçoamento moral. Eles são os historiadores dos nossos erros, vícios e imperfeições.“
„O primeiro dever de um historiador é o de examinar com o maior rigor todas as doutrinas a que recorrerá para elaborar suas interpretações históricas. Se negligencia fazê-lo e adota ingenuamente as idéias deformadas e confusas que têm grande aceitação popular, deixa de ser um historiador e passa a ser um apologista e um propagandista.“
„A idéia do eterno retorno é uma idéia misteriosa, e uma idéia com a qual Nietzsche muitas vezes deixou perplexos outros filósofos: pensar que tudo se repete da mesma forma como um dia o experimentamos, e que a própria repetição repete-se ad infinitum! O que significa esse mito louco? De um ponto de vista negativo, o mito do eterno retorno afirma que uma vida que desaparece de uma vez por todas, que não retorna, é feito uma sombra – sem peso, morta de antemão; quer tenha sido horrível, linda ou sublime, seu horror, sublimidade ou beleza não significam coisa alguma. Uma tal vida não merece atenção maior do que uma guerra entre dois reinos africanos no século XIV, uma guerra que nada alterou nos destinos do mundo, ainda que centenas de milhares de negros tenham perecido em excruciante tormento. Algo se alterará nessa guerra entre dois reinos africanos do século XIV, se ela porventura repetir-se sempre, retornando eternamente? Sim: ela se tornará uma massa sólida, constantemente protuberante, irreparável em sua inanidade. Se a Revolução Francesa se repetisse eternamente, os historiadores franceses sentiriam menos orgulho de Robespierre. Como, porém, lidam com algo que jamais se repetirá, os anos sangrentos da Revolução transformaram-se em meras palavras, teorias e discussões; tornaram-se mais leves que plumas, incapazes de assustar quem quer que seja. Há uma diferença infinita entre um Robespierre que ocorre uma única vez na história e outro que retorna eternamente, decepando cabeças francesas. Concordemos, pois, em que a idéia do eterno retorno implica uma perspectiva a partir da qual as coisas mostram-se diferentemente de como as conhecemos: mostram-se privadas da circunstância atenuante de sua natureza transitória. Essa circunstância atenuante impede-nos de chegar a um veredicto. Afinal, como condenar algo que é efêmero, transitório? No ocaso da dissolução, tudo é iluminado pela aura da nostalgia, até mesmo a guilhotina. Não faz muito tempo, flagrei-me experimentando uma sensação absolutamente inacreditável. Folheando um livro sobre Hitler, comovi-me com alguns de seus retratos: lembravam minha infância. Eu cresci durante a guerra; vários membros de minha família pereceram nos campos de concentração de Hitler; mas o que foram suas mortes comparadas às memórias de um período já perdido de minha vida, um período que jamais retornaria? Essa reconciliação com Hitler revela a profunda perversidade moral de um mundo que repousa essencialmente na inexistência do retorno, pois, num tal mundo, tudo é perdoado de antemão e, portanto, cinicamente permitido. Se cada segundo de nossas vidas repete-se infinitas vezes, somos pregados à eternidade feito Jesus Cristo na cruz. É uma perspectiva aterrorizante. No mundo do eterno retorno, o peso da responsabilidade insuportável recai sobre cada movimento que fazemos. É por isso que Nietzsche chamou a idéia do eterno retorno o mais pesado dos fardos (das schwerste Gewicht). Se o eterno retorno é o mais pesado dos fardos, então nossas vidas contrapõem-se a ele em toda a sua esplêndida leveza. Mas será o peso de fato deplorável, e esplêndida a leveza? O mais pesado dos fardos nos esmaga; sob seu peso, afundamos, somos pregados ao chão. E, no entanto, na poesia amorosa de todas as épocas, a mulher anseia por sucumbir ao peso do corpo do homem. O mais pesado dos fardos é, pois, simultaneamente, uma imagem da mais intensa plenitude da vida. Quanto mais pesado o fardo, mais nossas vidas se aproximam da terra, fazendo-se tanto mais reais e verdadeiras. Inversamente, a ausência absoluta de um fardo faz com que o homem se torne mais leve do que o ar, fá-lo alçar-se às alturas, abandonar a terra e sua existência terrena, tornando-o apenas parcialmente real, seus movimentos tão livres quanto insignificantes. O que escolheremos então? O peso ou a leveza? (…) Parmênides respondeu: a leveza é positiva; o peso, negativo. Tinha ou não razão?“
„O bom historiador escreve do passado, criticando o presente e projectando o futuro. Toda a história que vale é do futuro.“
„Historiador: bisbilhoteiro em larga escala.“
„De onde vem a história? Da plebe. A quem se dirige? Á plebe. É o discurso que ele lhe faz muito parecido com o do demagogo: ninguém é maior do que vocês” diz este “e aquele que tiver a presunção de querer ser superior a vocês – vocês que são bons – é malvado”; e o historiador, que é seu duplo, o imita: “nenhum passado é maior do que seu presente e tudo o que na história pode se apresentar com ar de grandeza, meu saber meticuloso lhes mostrará a pequenez, a crueldade, e a infelicidade”.“
„A principal causa da alienação que perturba nossa sociedade é o egotismo. Essa é a conclusão a qual eu e o historiador Arnold Toynbee chegamos alguns anos atrás. E como é possível desatar essas amarras do egotismo? Do ponto de vista budista, isso pode ser realizado livrando os seres humanos de seu egoísmo, que o budismo denonima de “escuridão fundamental”, e que envolve a vida. Essa é a ignorância – a falta de consciência da verdadeira dignidade de sua existência – do fato de que sua própria vida é uma incorporação da Lei Maravilhosa e de que eles próprios são budas desde o início.“
„Portanto – disse a Srta. Tilney -, a senhorita crê que os historiadores não são felizes ao deixar sua imaginação voar. Eles demonstram possuí-la, mas não conseguem despertar o interesse. Eu gosto de História, e não me importo de aceitar o que é falso junto com o que é verdadeiro. Para descrever os fatos principais, eles buscam informações em registros e em outros livros que são tão confiáveis, creio eu, quanto qualquer coisa que não se passe diante de nossos próprios olhos. E quanto aos pequenos adornos aos quais se refere, são apenas adornos, e gosto deles como tal. Se um discurso for bem escrito, eu o lerei com prazer, não importa quem seja o autor. E leio com mais prazer ainda se tiverem sido produzidos pelo Sr. Hume e pelo Sr. Robertson do que se fossem as palavras genuínas de Caractacus, Júlio Agrícola ou ALfredo, o Grande.“
„Nenhuma paixão é mais potente no peito do homem que o desejo de fazer os outros acreditarem no que ele crê. Nada atinge mais duramente a raiz de sua felicidade e o enche de ódio do que saber que outrem menospreza aquilo que ele mais valoriza. Liberais, conservadores e trabalhistas – por que se batem senão por seu próprio prestígio? Não é o amor à verdade, e sim o desejo de prevalecer que lança facção contra facção, que faz uma paróquia querer a ruína de outra paróquia. Cada qual busca paz de espírito e subserviência em vez do triunfo da verdade e a exaltação da virtude – mas essas moralidades pertencem ao historiador e devem ser deixadas a ele, pois são tão tediosas quanto a água das valas.“
„Que o historiador não ouse dizer uma mentira nem esconder uma virtude.“
„O primeiro dever do historiador é não trair a verdade, não calar a verdade, não ser suspeito de parcialidades ou rancores.“
„Os historiadores antigos deixaram-nos deliciosas ficções em forma de factos; o romancista moderno apresenta-nos factos entediantes em forma de ficção.“
„Dar uma descrição exacta do que não acontece em nenhum tempo, não é apenas a verdadeira missão do historiador, mas ainda o privilégio inapreciável de todo o homem bem dotado e de espírito culto.“
„O historiador é um homem que põe os factos nos seus devidos lugares. Não é como foi; é assim mesmo.“
„O historiador e o poeta não se distinguem um do outro pelo fato de o primeiro escrever em prosa e o segundo em verso. Diferem entre si, porque um escreveu o que aconteceu e o outro o que poderia ter acontecido.“
„À força de se andar à procura das origens transformamo-nos em caranguejos. O historiador olha para o passado; no fim «crê» também no passado.“