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Relacionado com: pânico
„Em entrevista ao programa Pânico na Tv.“
„Entrei em pânico com o sucesso que veio da noite para o dia. Agora já estou me recuperando, pronto para enfrentar o tigre de frente“
„O que há de característico no terror pânico é que ele não está claramente consciente dos seus motivos; mais os pressupõe do que os conhece e, se necessário, fornece o próprio temor como motivo do temor.“
„Mais te amo, ó poesia, Quando a realidade transcendes, Em pânico, desvairando, Na voz de um Murilo Mendes.“
„Já os das primeiras linhas o tinham feito, varridos pelas rajadas da metralha. Os sobreviventes, em vez de se atirarem no chão, tentaram voltar à praça e o pânico deu uma rabanada de dragão, e os mandou numa onda compacta contra a outra onda compacta que se movimentava em sentido contrário, despedida pela outra rabanada de dragão da rua oposta, onde também as metralhadoras disparavam sem trégua. Estavam encurralados, girando num torvelinho gigantesco que pouco a pouco se reduzia ao seu epicentro, porque os seus bordos iam sendo sistematicamente recortados em círculo, como descascando uma cebola, pela tesoura insaciável e metódica da metralha.“
„Ao se fechar a porta, José Arcadio Segundo teve a certeza de que a sua guerra tinha terminado. Anos antes, o Coronel Aureliano Buendía lhe falara da fascinação da guerra e tratara de demonstrá-la com exemplos inumeráveis tirados da sua própria experiência. Ele tinha acreditado. Mas na noite em que os militares o olharam sem vê-lo, enquanto pensava na tensão dos últimos meses, na miséria da prisão, no pânico da estação e no trem carregado de mortos, José Arcadio Segundo chegou à conclusão de que o Coronel Aureliano Buendía não fora mais que um farsante ou um imbecil. Não entendia que tivesse necessitado tantas palavras para explicar o que se sentia na guerra, se uma só bastava: medo.“
„— Kafka era um terrorista. Incentivar todas as situações terroristas, estabelecer o pânico, lançar o terror. — E a solução? — perguntou Mauro. — A solução é a conduta católica — respondeu o amanuense Belmiro. — A solução é o próprio problema, sabe como é? Não há solução. Imagino a seguinte cena: um congresso de sábios, os mais sábios do mundo, que se reuniram para resolver o problema dos problemas, o problema transcendental, oProblema, tout-court. — O problema o quê?— Tout-court. Vá à merda.— Ah, tout-court. Merci.— Pois bem: estão reunidos, os sábios, a postos para começar a trabalhar, encontrar a solução do problema, e o Presidente do Congresso dá por iniciada a sessão, anunciando que vai, enfim, dizer qual é o Problema que os reuniu. Faz uma pausa, e declara solenemente: “Meus senhores! O problema é o seguinte: Não há problema!” — E daí? — Daí os sábios terem de resolver o problema da inexistência do problema. É o terror.“
„Acho que estou entrando em pânico. Ou pior, acho que estou me apaixonando. Se bem que, quando se trata de mim, amar e se desesperar é praticamente a mesma coisa. Medo de se apaixonar é uma droga.“
„Depois do 25 de Abril, por exemplo, tornámo-nos todos democratas. Não nos tornámos democratas por acreditar-mos na democracia, por odiarmos a guerra colonial, a polícia política, a censura, a simples proibição de raciocinar: tornámo-nos democratas por medo, medos dos doentes, do pessoal menor, dos enfermeiros, medo do nosso estatuto de carrascos, e até ao fim da Revolução, até 76, fomos indefectíveis democratas, fomos socialistas, diminuímos o tempo de espera nas consultas, chegámos a horas, conversámos atenciosamente com as famílias, preocupámo-nos com os internados, protestamos contra a alimentação, os percevejos, a humidade, os sanitários, a falta de higiene. Fomos democratas, Joana, por cobardia, pensou ele vendo um bando de rolas poisar num olival, agitar a tranquilidade do olival com o rebuliço do seu voo, tínhamos pânico de que nos acusassem como os pides, nos prendessem, nos apontassem na rua, pusessem os nossos nomes no jornal. E demorámos a entender que mesmo em 74, em 75, em 76, as pessoas continuavam a respeitar-nos como respeitam os abades nas aldeias, continuavam a ver em nós o único auxílio possível contra a solidão. E sossegámos. E passámos a trazer dobrados no sovaco jornais de direita. E sorríamos de sarcasmo ao escutar a palavra socialismo, a palavra democracia, a palavra povo. Sorríamos de sarcasmo, Joana, porque haviam abolido a guilhotina“