„Poema – 2 Coríntios 11:14Viajei entre galáxias vivase cheias de vidaque de nada aprendiMas conheci buracos negroscheios de mortee sai de lá um sábioEu sou o filho do nadae o herdeiro de todas as coisasTenho mais anos de vidado que estrelas no universotenho muitos nomese alguns confesso que já foram reaisConheci certa vezuma criatura estranha que veio até mimem busca de respostasCujas perguntasestavam ali nela explicitasDurante todos esses anos de vidaviajando por aieu finalmente aprendiQue as respostapara todas as minhas perguntasestavam na noite em que eu me matei;Eu havia acordadoem uma destas noites frias e solitáriassentindo o meu sangue fervercomo um veneno que me matava aos poucosCom olheiras nos olhose o cansaço do mundo nas minhas costasSentado nas beiradas sujasde uma camarepleta de angustias e sonhos perdidosSentia-me excluídode todas as coisasQuantas vezesvocê já não choroucom as cordas em seu pescoço?Sentindo as suas mãos tremulasenquanto decidiase colocava ou não um fim em sua vidaSinto-me assim todos os dias…Forçado a buscarrefugio na solidãoAo caminhar por ruas lotadassinto-me a mais terrível das criaturasA ansiedade me atormentae eu não consigo olhar em ninguém nos olhosTodas as vezesque eu tentei amar alguémlágrimas escorreram pelos seus rostosO que é mais cruel?O Suicídio prematurode uma alma infelizOu os martíriosde um monstro solitáriocuja as dores o matam aos poucosSentado nas janelasdo décimo terceiro andardo meu prédioEu me lancei em meio ao abismoUm anjo de luzme segurou em seus braçosE em minha menteele profetizou- Antes de queimar em suas chamasSubiras aos céus;ergueras o seu trono acima das estrelas dos DeusesE se sentará em meio aos arcanjoso ponto mais elevado do montese elevará mais alto do que as nuvens;Serás a estrela da manhão filho das alvoradasE a luz no final do Abismo!Para se livrar das trevasque vive em seu peitoDeves matar o homem que és hoje!- Gerson De Rodrigues“
„Diálogo entre o Padre e o Filósofo – Uma Dialética NiilistaSentado nas beiradas sujas do décimo terceiro andar de um prédio abandonado, estava um filósofo decidido em acabar com a sua vidaAbel um de seus amigos mais religiosos, considerou a hipótese de que seria uma grande ideia enviar um padre para conversar com ele, afim de convence-lo de que a vida segundo Abel‘’ Era um presente de deus’’ e deveria ser vivida, e que o suicídio era uma péssima escolha.O Bravo e corajoso padre então foi chamado, e com sua bíblia nas mãos subiu até o décimo terceiro andar deste prédio. Sentou-se então ao lado do filósofo, enquanto ambos eram observados por uma multidão de pessoas preocupadas.O Filósofo parecia tranquilo, a vida já não existia em seu olhar e ele observava atentamente o horizonte ignorando completamente aquele estranho porem caricato padre sentado ao seu lado.O Padre tranquilo segurava a sua bíblia como se estivesse segurando as próprias mãos de cristo, a coragem e a determinação de salvar aquele jovem filosofo do suicídio era a sua missão, e sem hesitar perguntou- Oh meu filho por que renunciais a vida? tão belas que és, tão lindas que és, dada a nós por deus, e paga com o sangue de cristo que morreu por nós para que você não precise morrer hoje.O Filósofo escutando as palavras do padre, observava atentamente o horizonte, e sem responder permanecia em silencio, o padre por sua vez continuava o discurso.- Meu filho, observe a beleza do mundo essas montanhas ao fundo, esses prédios cheios de vida, se não fosse a vida o que seriamos de nós? A vida é tudo que temos, nosso único tesouro, nosso maior presente.O Padre ainda determinado abre a sua bíblia em uma parte que já estava marcada e começa a ler- Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. 1 João 4:7E no momento em que o filósofo escuta as palavras bíblicas, ele sorri e pela primeira vez olha para o padre, ainda com os olhos sem vida já morto por dentro, mas com um sorriso sincero perguntou ao padre- Por que vives padre?O Padre sem pestanejar, de supetão logo respondeu- Eu vivo por cristo, e cristo vive em mim, eu vivo pela igreja e pelo amor que eu tenho a aqueles que seguem a jesus. Eu vivo, porque a vida é bela, porque amo aqueles próximos a mim, amo a minha família e a minha igreja.O Filósofo sorrindo, pergunta novamente ao padre mas desta vez com um tom um pouco mais sério- Por que vives padre?O Padre sem entender, pois já havia respondido a pergunta gagueja levemente e responde- E.. eu, eu.. vi.. vivo por cristo, vivo por aqueles que amo, e pela igreja! O Suicídio é um pecado sem retorno e a vida é o presente mais belo que deus poderia nos dar. Ele enviou seu próprio filho para se sacrificar por nós, em pró de nossas vidas pecaminosas.O Filósofo vira o seu rosto para frente, observando o horizonte respira tranquilamente e pergunta outra vez com uma tonalidade calma em sua voz- Por que vives padre?O Padre já sem resposta, demora a alguns segundos para pensar em uma, segura sua bíblia com toda sua força suando frio com a outra mão agarra com ainda mais forças a beirada do prédio, descontrolado o padre grita- O CRISTÃO VIVE PELA Fé!! E Eu tenho fé em cristo, fé na vida, fé de que ambos sairemos deste prédio de mãos dadas!Com os braços cruzados, o Filósofo olha para baixo, e sorri para o abismo, e o abismo sorri de volta. Sorrindo então ele olha para o padre e novamente pergunta de maneira serena e calma- Por que você vive padre?O Padre sem reação olha para baixo, e o abismo sorri para ele e ele pula para o abismo.“