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regularidade
Relacionado com: regularidade
„Na verdade, o pintor pinta com a vista; a sua arte é a de ver tudo com regularidade e beleza.“
„Enquanto o Estado se contenta com os recursos que lhe fornecem os pobres, enquanto conta com subsídios bastantes que, com regularidade mecânica, lhe asseguram aqueles que trabalham com as próprias mãos, ele vive feliz, tranquilo, respeitado; os economistas e os financistas se aprazem em atestar-lhe a probidade; mas, do instante em que esse infeliz Estado, movido pela necessidade, faz menção de exigir dinheiro de quem o tem, e de tirar dos ricos alguma exígua contribuição, fazem-no sentir que ele comete um atentado odioso, que viola todos os direitos, que falta ao respeito com as coisas consagradas, que destrói o comércio e a indústria, que esmaga os pobres ao tocar nos opulentos. Não mais se dissimula seu descrédito. E ele fica entregue ao desprezo dos bons cidadãos. Entrementes, a ruína avança, lenta e infalivelmente. O Estado ameaçou as rendas. Está perdido. Os nossos ministros zombam de nós, falando do perigo clerical ou socialista. Não há senão um perigo, o perigo financeiro. A República começa a percebê-lo.“
„DATILOGRAFIA Traço, sozinho, no meu cubículo de engenheiro, o plano, Firmo o projeto, aqui isolado, Remoto até de quem eu sou. Ao lado, acompanhamento banalmente sinistro, O tique-taque estalado das máquinas de escrever. Que náusea da vida! Que abjeção esta regularidade! Que sono este ser assim! Outrora, quando fui outro, eram castelos e cavaleiros (Ilustrações, talvez, de qualquer livro de infância), Outrora, quando fui verdadeiro ao meu sonho, Eram grandes paisagens do Norte, explícitas de neve, Eram grandes palmares do Sul, opulentos de verdes. Outrora. Ao lado, acompanhamento banalmente sinistro, O tique-taque estalado das máquinas de escrever. Temos todos duas vidas: A verdadeira, que é a que sonhamos na infância, E que continuamos sonhando, adultos, num substrato de névoa; A falsa, que é a que vivemos em convivência com outros, Que é a prática, a útil, Aquela em que acabam por nos meter num caixão. Na outra não há caixões, nem mortes, Há só ilustrações de infância: Grandes livros coloridos, para ver mas não ler; Grandes páginas de cores para recordar mais tarde. Na outra somos nós, Na outra vivemos; Nesta morremos, que é o que viver quer dizer; Neste momento, pela náusea, vivo na outra… Mas ao lado, acompanhamento banalmente sinistro, Ergue a voz o tique-taque estalado das máquinas de escrever.“