„Soneto da DesesperançaDe não poder viver sua esperançaTransformou-a em estátua e deu-lhe um nichoSecreto, onde ao sabor do seu caprichoFugisse a vê-la como uma criança.Tão cauteloso fez-se em seus cuidadosDe não mostrá-la ao mundo, que a queriaQue por zelo demais, ficaram um diaIrremediavelmente separados.Mas eram tais os seus ciúmes delaTão grande a dor de não poder vivê-la,Que em desespero, resolveu-se: – Mato-a!E foi assim que triste como um bichoUma noite subiu até o nichoE abriu o coração diante da estátua.“

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